Você está rolando o seu feed sem maiores pretensões quando aparece na tela aquele tênis hype que você tá namorando faz tempo, o celular de última geração ou a viagem de um influenciador para as Maldivas. Tudo parece ao alcance — bonito, desejável, “parcelável”. Em segundos, o desejo vira clique, o clique vira compra e a compra… vira boleto. Sem consciência e controle, o impulso facilmente se transforma em dívida — e o que parecia a concretização de um sonho se transforma em pesadelo no fim do mês.
As redes sociais são espelhos que distorcem a realidade – e muitas vezes apertam o bolso. Os mecanismos por trás dos algoritmos – e a forma como nos relacionamos com os outros — acabam por transformar a maneira como consumimos — e, mais do que isso, como sentimos que precisamos consumir.
Em poucos segundos, o tênis de R$ 2 mil já nem parece tão caro quando parcelado em 10 vezes sem juros, a viagem dos sonhos da amiga fica mais próxima da sua realidade e o carro novo do colega de trabalho faz o que está na sua garagem não parecer tão bom. A solução de todos os nossos problemas parece estar ali, à distância de um clique. No Brasil, onde 78% das famílias estavam endividadas em 2023 (CNC), as redes desempenham um papel perigoso: alimentam o desejo de consumir o que não precisamos, com o dinheiro que não temos.
Por que caímos nessa armadilha digital? E como sair dela? Vamos ao ponto: as redes sociais direcionam nossos hábitos financeiros – e quase sempre para o pior caminho.
Mas será que a culpa é só da internet? Ou nós também andamos confundindo desejo com necessidade?
A máquina de desejos instantâneos
Instagram, TikTok, Pinterest… todas essas plataformas têm algo em comum: são feitas pra te manter rolando a tela, desejando e — por que não? — comprando. Cada post é uma vitrine ambulante. Segundo pesquisa feita pela Creditas em parceria com a Opinion Box, seis em cada dez brasileiros acreditam que as redes sociais contribuem para o aumento das dívidas.
Influenciadores viraram outdoors humanos e, com um simples “arraste pra cima”, a compra já está no carrinho. E o cartão de crédito? Ah, ele é sempre o coadjuvante obediente nessa história. Não é coincidência: o algoritmo entende o que te atrai. Mostra o que você gosta, mas também te empurra para aquilo que ainda não tem, criando uma sensação constante de escassez e necessidade. Você não quer só aquele produto. Você quer pertencer ao grupo que o possui.
As redes sociais não são simples plataformas de entretenimento – elas atuam como vitrines que transformam desejos em compras. Uma pesquisa da Ebit revelou que os brasileiros gastam em média R$ 118 bilhões por ano em compras online impulsionadas por redes sociais. E isso não acontece por acaso.
Os algoritmos te conhecem melhor do que você imagina. Instagram, TikTok e cia. usam técnicas de psicologia comportamental para fazer você agir por impulso: cores vibrantes, escassez artificial (“últimas unidades!”), depoimentos “reais” de quem “mudou de vida”. E isso funciona: segundo a University College London (2022), 60% dos jovens compram por impulso após ver posts, e 40% se endividam tentando manter o estilo de vida exibido nas redes.
A pressão invisível do “ter pra ser”
No Brasil, onde o consumo é visto como status, as redes ampliam uma armadilha cultural: você é o que você mostra. O influenciador exibe a rotina perfeita, mas não os boletos vencidos. O amigo viaja, mas não compartilha os sacrifícios financeiros que aquele passeio paradisíaco incluía no pacote.
Segundo uma pesquisa do SPC Brasil, 1 em cada 3 brasileiros já se endividou tentando acompanhar o padrão de vida de outras pessoas — comprando roupas, gadgets, participando de rolês. É o famoso FOMO financeiro: o medo de ficar de fora, de parecer “menos”.
O endividamento da população está comumente ligado a promoções relâmpagos, a tendências passageiras e à falsa sensação de que certos produtos ou experiências são essenciais para o bem-estar, tão propagada na internet. E não acontece só com os jovens. Famílias inteiras caem nessa mesma cilada. As redes sociais transformam desejos em necessidades urgentes, e o orçamento acaba ficando em segundo plano.
Comprar como uma resposta emocional
Quantas vezes você já se pegou comprando algo de que nem precisava, só porque estava estressado, ansioso ou precisando de uma recompensa depois de um dia difícil? Pois é. Comprar muitas vezes se torna uma resposta para emoções negativas ou mal resolvidas. Não é à toa que o termo “compra por impulso” ganhou tanto espaço nos últimos anos. Em vez de atender a uma necessidade real, usamos o consumo como válvula de escape para nossas ansiedades, angústias e frustrações. E nas redes ele está a um clique de distância.
Essa relação com o consumo começa de forma sutil. Um “mimo” aqui, uma “compensação” ali. Aos poucos, o ato de comprar se transforma em um hábito, uma forma de anestesiar sentimentos incômodos — solidão, medo, insegurança, tédio, tristeza. O problema é que a alegria da compra dura pouco. O alívio imediato passa, mas a fatura chega. E o que fica mesmo é o peso das parcelas. Quando o parcelamento vira rotina, o endividamento bate à porta sem fazer cerimônia.
Comprar pode ser uma atividade prazerosa. Mas quando vira resposta emocional automática, ela deixa de ser saudável. Por isso, no fim das contas, cuidar das finanças é também uma forma de cuidar da saúde mental.

O Brasil e o parcelamento “sem juros” (só que não)
No Brasil, a cultura do parcelamento é quase sagrada. A cada esquina digital brota uma oferta em 10 vezes “sem juros” — que muitas vezes já embutiu os juros no preço. Em 2023, os juros do cartão de crédito chegaram a mais de 400% ao ano (Banco Central). Ou seja: o que parece acessível no Instagram pode virar um pesadelo financeiro rapidinho.
E pior: esse comportamento não afeta só o consumidor. Muitos pequenos negócios também se endividam ao tentar acompanhar a estética e o ritmo das redes investindo em anúncios, estoques e estrutura sem planejamento sólido.
Para viabilizar as compras incentivadas nas redes sociais, muitos brasileiros lançam mão de um dos créditos mais perigosos do mercado: o rotativo do cartão de crédito. O resultado? Dívidas com juros altíssimos, que rapidamente se transformam em uma bola de neve.
O custo real: muito além do dinheiro
O peso da dívida não é só financeiro — é também emocional. Um estudo da Universidade de Southampton revelou que dívidas de consumo estão ligadas a um aumento de 15% nos níveis de estresse crônico.
No Brasil, 25% das famílias inadimplentes atrasam contas básicas como água e luz. E quem nunca perdeu o sono com uma fatura pendente? Ao venderem uma vida idealizada, as redes criam um ciclo cruel: o de comprar para sentir bem-estar, que rapidamente se transforma em vazio e mesmo desespero quando o alívio passageiro dá lugar à conta que não fecha.
E não são só pessoas físicas: pequenos negócios também sofrem. Seduzidos por promessas de crescimento rápido, muitos empreendem sem planejamento, tomam empréstimos para investir em anúncios e estoques — e acabam sufocados. Só em dois anos, os pedidos de recuperação judicial nessa área subiram 50% (Serasa, 2023).
Como resistir à influência das redes?
As redes sociais não vão desaparecer — e verdade seja dita: elas têm seu lado positivo. A chave é aprender a usar, sem se deixar ser usado. Aqui vão quatro atitudes práticas para proteger sua saúde financeira nesse mundo digital:
1. Desligue o piloto automático
Antes de clicar em “comprar”, pare. Pergunte: isso é uma necessidade ou só uma vontade? A regra dos 30 dias ajuda: teve vontade de comprar algo? Espere um mês. Se ainda fizer sentido, compre — mas com planejamento. O SPC estima que 60% das compras por impulso seriam evitadas com uma simples pausa para pensar.
2. Faça uma limpa na sua timeline
Siga menos ostentação e mais educação financeira. Perfis que compartilham dicas de organização, investimentos e consumo consciente ajudam a equilibrar a balança. Segundo a Nielsen, reduzir a própria exposição a anúncios corta compras impulsivas em até 25%.
3. Entenda o custo real do parcelamento
Parcelar parece inofensivo, mas muitas vezes é uma armadilha. Um celular de R$ 3 mil pode sair por R$ 4 mil se comprado em 12x com juros. Use apps como Mobills ou Organizze para entender pra onde o seu dinheiro está indo. Quase metade dos brasileiros não sabe exatamente quanto estão pagando ao pagar em parcelas.
4. Redefina sua ideia de sucesso: ser não é o mesmo que ter
As redes vendem a ideia de que você é o que consome. Mas já parou para pensar que talvez o maior luxo, hoje, seja conseguir manter um orçamento equilibrado? Ou ter tempo para conviver com as pessoas que importam para nós? Uma pesquisa da Ipsos (2023) apontou que 70% dos brasileiros se sentem mais felizes com experiências (como um jantar ou um curso) do que com bens materiais.
Que tal virar o jogo a seu favor?
As redes sociais são vitrines sedutoras e megafones de consumo — mas também podem ser armadilhas silenciosas para o seu bolso e sua saúde mental. Num país como o nosso, onde o crédito é fácil, os juros são altos e a comparação é constante, é fácil cair na cilada de gastar para parecer alguém que não se é.
Mas você pode virar o jogo. Consuma com consciência, questione antes de clicar, planeje antes de parcelar. O mundo digital não precisa ser um inimigo — se você souber usar, ele pode até ser um aliado.
E aí, você já caiu na tentação de comprar por causa de um post? Ou já deu um basta e mudou sua relação com as redes? Conta aqui nos comentários — sua experiência pode inspirar outras pessoas a saírem do vermelho.
Sua carteira – e sua paz de espírito – agradecem.
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